terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ou doida ou santa?

Para Adélia Prado só havia dois caminhos: ou virava doida ou santa. Não tenho a maestria e a perspicácia da autora, mas me sinto um tanto promíscua não conseguindo me definir entre doida ou santa. Há muitas habitando os meus singelos um metro e sessenta.
Divas se encontram com hippyes. Trabalhadoras braçais brigam com intelectuais de terninho preto e scarpin. Guriazinhas de minissaia insistem em atormentar as maduras e centradas balzaquianas. Crentes criticam a Senhora Monroe de vestido esvoaçante. As feias reclamam das suas desvantagens em relação às beldades. Histéricas querem seu espaço, mas as parasitas dão o seu jeitinho. Sérias cedem lugar às debochadas e recalcadas insistem em sobrevoar a área. Feministas arquitetam planos mirabolantes contra as tchutchucas de plantão e as competentes profissionais letradas armam barracos contra as irresponsáveis dorminhocas. Arrogantes ameaçam as simpáticas e aureolas são arremessadas nos tridentes.
Não consigo me delimitar entre doida ou santa enquanto há uma mulherada absurdamente diferente habitando as minhas concepções. Uma mulherada que clama por mim e eu, particularmente, as desejo profundamente. Com toda a sensatez e a insensatez que cada uma traz.


Um comentário:

  1. Olá Rita
    Parabéns pelo seu blog, com lindas postagens e bem criativas. Prof José Carlos
    Obs: sou mais um seguidor de seu blog
    http://projetosead.blogspot.com/

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