quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A sem-paciência.

A sem-paciência faz jus ao seu título logo ao acordar. Ao ser acordada pelo barulho do despertador, ela põe o travesseiro na cara, joga o coitado do relógio longe e esbraveja, tudo antes de sair da cama. Começa bem o dia! No banheiro, dá uma mirada no espelho e quase se morde de raiva por ter acordado. Abre o chuveiro e não consegue esperar que o aquecedor ligue, sai mexendo nos registros desesperadamente para que a água esquente.
Seu guarda-roupa é composto por basicamente roupas pretas, cinzas e beges , já que não tem muita paciência de montar um figurino que combine. Os tecidos? Quase todos oxford, jeans e malhas frias para não perder tempo – e paciência – passando com o ferro.
No café, não consegue contar as gotas do adoçante e, nervosa, aperta o frasco deixando escapulir muito mais do que o necessário. Desatar o nó do saquinho do pão? Nem pensar! A sem-paciência faz um buraco no saco e puxa o cacetinho por ali. Não passa margarina no pão, passa o pão no pote da margarina para não ter que pegar uma espátula.
Sua porta da rua não tem muitas trancas, mas, mesmo assim, suas chaves são diferenciadas por cores... É melhor prevenir... Na rua, caminha apressada e cumprimenta os mais chegados com um curto “oi”, às vezes, solta um “bom dia”, mas em hipótese alguma um “tudo bem?”, vá que a pessoa não esteja passando por momentos felizes e harmônicos e resolva se lamentar? A sem-paciência não suportaria tamanho sacrifício.
No trabalho, com a graça divina, lida com máquinas, que, ainda bem, não são providas de sentimentos, não se ofendem e nem se sentem desprezadas. Mas, ás vezes, para não dizer quase sempre, esses seres inanimados levam umas pancadinhas por não andarem na linha.
Mas a sem-paciência também tem seus dias que está um tantinho paciente. Nos feriados chuvosos, por exemplo, em que passa o dia inteirinho na cama, com o celular desligado, portas e janelas trancadas, vendo televisão. Tudo na santa paz do nosso senhor... Até o controle-remoto resolver não funcionar!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A prolixa arte dos apelidos!

Fui comprar um tênis em uma loja da família e ao citar dados para o preenchimento da ficha para a compra, em prestações, claro, meu sobrenome foi substituído por “ do Nado”. Calmem, eu explico: Sou Rita, casada com Leonardo. Leonardo para facilitar virou “Nado”. Logo, eu virei a Rita do Nado. Complicado? Que nada!
Complicado mesmo é o Camarão mandar um recado para o Linguado pelo Borriquete!!! Nada de ficção. Esse episódio foi a mais pura verdade. Essa variedade marinha aí citada são apelidos de alguns conhecidos... Como todos que aqui citarei!!!
E o assunto é este: Apelidos!!!!
Alguns apelidos são auto-explicativos: A Maria que virou ,Mariazinha, a Elisabete que atende por Bete e o José que olha para o lado quando gritam “ Zé”. Mas outros... Misericórdia! Outros são inexplicáveis mesmo!!! O Altair que virou Guega, o Almir que virou Léo (isso mesmo!), o Luciano que virou Muça, o Gaiola que nasceu Orlando...
Outros são herdados pelos laços parentescos: A Farofinha que é filha do Farofa. E alguns são tão fortes, mas tão fortes que são raras as pessoas que conhecem o sujeito pelo próprio nome. É o caso do Zanaga ( que Deus o tenha!), do Baguinha, do Tiote e da Nana que não se dá ao trabalho de esticar os olhos quando mencionam Floriana!
E não deixando de lado aqueles apelidos musicais. Aquelas rimas riquíssimas que nos deixam boaquiabertos com tamanha originalidade: Ana Banana, Zé Mané e, para minha homenagem, Rita Cabrita puxa a cola que ela grita!
Tem magérrimos que são chamados de Gordo até hoje, pois aos seis meses de idade tinham várias dobras nos joelhos. Há a Polaca que nunca pisou na Polônia e é castanha até a raiz dos cabelos. Tem ainda o Bonito que é um raio de feio e o Baiano que só conhece a terra do Nosso Senhor do Bonfim pelo mapa.
Ah!!! Já ia esquecendo dos apelidos também herdados pelos nossos "amigos famosos": Nasceu loiro, deu pra ele: Xuxa pra sempre! É negro e bom de bola??? Pelé. É negro e não joga nada? Agora é Mussum, então!!! Fala pelos cotovelos? Galvão Bueno enquanto não calar a boca... Gosta de uma branquinha? Bob Esponja(calça quadrada)!!!
Apelido é surpreendente mesmo. Ou ele pega e deu para o nome que seus pais demoraram nove meses para escolher ou ele não pega de jeito nenhum e você é mais um simples mortal que atende pelo seu nome próprio. Apelido é o nosso outro eu. Nossa bipolaridade que é descoberta. Sou a Rita do Nado, por não ter tido o privilégio de ter um apelido que se apropriasse de mim, caso tivesse, na minha ficha (aquela da loja da família...) constaria “Rita barra alguma coisa”. Mas isso não significa que estou aceitando sugestões... Ritinha, nem pensar!!!