sábado, 23 de maio de 2009

Dos pés descalços...


Vai ter uma festa

que eu vou dançar

até o sapato pedir pra parar.

Aí eu paro tiro o sapato

e danço o resto da vida.

Chacal


Sei que não é preciso entender poesia, é preciso senti-la... Mas esta me proporcionou um espaço para que eu entendesse o que está para além destas linhas.

E o que está para além dessas linhas são sonhos que não são despertados e desejos que não são contidos. Não precisamos de um sapato, temos os pés. Os pés que tocam o chão e os pés que pulam. Os pés que valsam e os pés que sambam.

É preciso insensatez e audácia para andarmos descalças... Mas é preciso que, às vezes, andemos. É preciso menos amarras. Que o descabido continue desprovido de cabimento e que o atrevimento continue atrevido.

Não permitiremos que nossos desejos mais imponderáveis caibam nos sapatos. Não renegociemos nossos anseios por estarem machucando nossos dedos... O sapato aperta? Deixemos na caixa. Bolhas à vista? Uma sapateira resolve, meu amor.

Que o sapato seja provisório e nossos pés descalços permanentes...E que a festa seja longa e as músicas envolventes o suficientes para dançarmos até o fim... Até o sol raiar.

3 comentários:

  1. Então, andemos de pés descalços!!! Porque nada deve nos impedir de "dançar"!!!

    Estás te superando! Muito bom!

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  2. Encantador texto!!
    E que andar de pés descalços nos ajude a olhar melhor o mundo, a ver a beleza que há nele, os sonhos possíveis e impossiveis de ser projetados!

    E que andemos de mãos dadas e pés descalços, porque o mundo precisa disso, do amor e da poesia que há em mãos que se entrelaçam e pés que danças...

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  3. muito bom!!!!
    nem os sapatos podem nos segurar!!!!
    vamos todos descalçar os sapatos... BJO!!!

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