domingo, 17 de outubro de 2010

Alegria Alegria

E ganhei o Oscar da Alegria.
Numa dinâmica realizada no dia do professor fui contemplada como a pessoa mais alegre da escola. Cheia de sorrisos, saltitante e serelepe recebi meu prêmio.
Realmente, sou alegre. Sou muito alegre. Rio da vida. Gargalho do inesperado. Faço piada com o destino. Sorrio com a boca, com os olhos e com os cabelos.
Sem deixar o mérito de Miss Alegria-Alegria, tenho algumas considerações sobre eu ter ganho este prêmio.
Ganhei o Oscar da Alegria porque vivemos num mundo em que a moda agora é ser triste e anunciar essa tristeza. A tristeza dá ibope, gera buxixos, especulações, conversas. Um sorriso estampado no rosto não comove ninguém, não gera rótulos, não emite opiniões, não é capa da Contigo, não vende, não gera capital...
Prozac no almoço e Fluoxetina no jantar são os hits do momento. Sem um faixa preta no armarinho do banheiro? Minha cara em que mundo vocè está vivendo??? Vá logo no psiquiatra fazer parte desta galáxia.
Ganhei o Oscar da Alegria não por ser hipócrita em um mundo que clama pela tristeza enaltecida. Ganhei porque ainda sou do tempo antigo. O tempo em que a tristeza se resumia ao choro escondido na hora de cortar cebola, a tristeza emergida na hora do banho, a tristeza comedida, a tristeza que o Bonner não anuncia.
Sou do tempo da tristeza autista. Da tristeza egoísta que não precisa ser compartilhada com terceiros.
Sou do tempo da tristeza só minha e de mais ninguém... quando muito do travesseiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário