domingo, 18 de julho de 2010

Julia e Patrick e seus casamentos

E hoje vi uma comédia romântica, dessas que a gente quase se truicida de inveja depois de ver, que me fez ficar pensando sobre realmente qual o valor de nós mulheres no mercado. Mercado foi boa... bem capitalista, mas acredito que seja o ideal para este texto.
Bom, o nome do filme é O melhor amigo da noiva, com o fantástico Patrick Dempsey (que sou apaixonada desde que ele fez Namorada de aluguel em 1.346 a.c.). Então, o filme não passa de uma mímese de O casamento do meu melhor amigo, com Julia Roberts. Lembram?
Contextualizando...
Julia Roberts tem um amigo de bilhões de anos e ele vai casar, ela é madrinha e descobre que o ama e sempre o amou e quer acabar com o felizes para sempre. Patrick Dempsey tem uma amiga de bilhões de anos que vai casar, ele é a "madrinha", e descobre que a ama e sempre a amou e também quer acabar com o felizes para sempre. Tudo igual? Não, cara pálida.
Julia se deu mal na história e ficou sozinha ao som de I say you little prayer for you e Patrick conseguiu fazer com que a amiga deixasse seu noivo no altar para viver feliz para sempre com ele.
Minha humilde limitação vendo esses dois filmes é: Por que ela não conseguiu? Por que ele conseguiu? Por que o tempo não foi perdido quando ele percebeu que amava a sua amiga e para ela o tempo tinha se limitado?
Por que em nossa sociedade, nós mulheres, por mais que lutemos, busquemos, ousemos e arrisquemos não temos o nosso final feliz como esperado? Por que precisamos ser passivas como as princesas dos Contos de Fadas para que algo dê certo somente com a atuação de outro sujeito sobre nós?
Julia lutou em seu filme. Patrick também. A diferença foi o tempo. O tempo não foi perdido para ele. Para ela sim. Precisamos de mais tempo que os homens, vivemos em sintonias diferentes, contextos diferentes que nos separam, demarcam e rotulam demasiadamente.
Se somos vaidosas, somos frescas. Se não somos vaidosas, somos desleixadas. Se gritamos somos histéricas, se calamos: insensíveis. Se lutamos, somos mais macho que muito homem. Se não, somos acomodadas. Se temos ambições e não temos filhos: um horror. Se temos ambições e temos filhos: um horror assim mesmo.
Não temos muitas saídas. Game over pra Julia. Felicidades ao Patrick.



2 comentários:

  1. mas... acredito (otimismo mode ON) que podemos lutar sim e transformar essa triste realidade e tb a sociedade machista na qual somos obrigadas a viver...
    Vamos montar a liga das mulheres guerreiras... vem comigo?????

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  2. Rita: boa sacada, texto mil!!!! mas tipo assim: eu não vi o filme... precisavas contar o final hahahahaha?!

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