quinta-feira, 30 de julho de 2009

Das tatuagens


Era uma mulher transgredora. Cores evidenciavam seus ideais na sua pele. Verde, azul, vermelho, amarelo, preto, roxo... miscigenados em representações pictóricas que diziam muito do seu eu ali presentes no seu corpo. Vivia à sua maneira. As regras só serviam para que constatasse que não pertencia a este mundo. Um belo dia foi ao otorrinolaringologista e conseguiu escutar as primeiras palavras que o mundo lhe oferecia.Passou a escutar vozes que não eram as suas interiores. E em dois meses as cores não tansgrediam mais. Suas tatuagens viraram enormes cicatrizes.Incuráveis. Irreparáveis. Desejou não escutar mais. Era tarde.

Um comentário:

  1. Nossa! Que profundo! A pobre da moça entrou num aprisionamento Foucaultiano, não suportou o panoptismo que rege e regra a nossa sociedade. Muito Bom!!!

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