
E a professora ensina aos seu alunos:
- Verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma ocorrência ou situação. Os verbos no infinitivo terminam em ar, er, ir...
E exemplos são dados: amar, correr, fugir...
E então a aluna se depara com Carpinejar. E tenta entender que verbo é este. Tenta conjugar. E a professora fala:
- Carpinejar é um substantivo próprio, não pode ser conjugado.Escolhe outro.
Mas a conjugação é feita mesmo assim. E a aluna, munida de ânsias no desafio, tenta extrapolar as regras da Língua Portuguesa e conjuga sentimentalmente o substantivo próprio Carpinejar:
Eu carpinejo sempre que a ousadia e a melancolia moradoras do meu íntimo brigam por quererem me aprisonar.
Carpinejei quando fui tomada por uma ilimitação do ser e sorri pelas graças e desgraças existentes.
Carpinejarei quando eu extrapolar as essências mais loucas habitantes do meu eu.
Carpinejando eu vou, vou encontrando comigo em mim, contigo em ti e , assim, desencaixandos os encaixes.
Carpinejamos. Carpinejaremos. Sempre. Sempre que as amarras se desfizerem e nossas ausências forem alimentadas pelos desejos dos acasos.
-Realmente, caros alunos. Carpinejar é um verbo. Um verbo intransitivo.
Aquele que dispensa qualquer complemento.